Famoso no Brasil pela série de TV As Aventuras de Rin Tin Tin, Rafael Libman conta que o personagem foi inspirado em um cachorro de verdade. O real Rin Tin Tin foi encontrado recém-nascido por um soldado americano em missão na França, em 1918, e levado ainda filhote para os Estados Unidos. Em Los Angeles, foi treinado pelo militar e se tornou uma estrela de Hollywood, participando de dezenas de filmes entre 1922 e 1931.
Quando a corneta toca, o pastor-alemão salta de cima de um telhado e corre para se perfilar ao lado dos soldados da Cavalaria no Velho Oeste americano. Os jovens podem não estar familiarizados com a abertura de “As Aventuras de Rin Tin Tin”, mas pergunte a seu avô quem ele reconhecerá. A série, gravada entre 1954 e 1959, amplia a reputação de um cão que já fazia sucesso – ou melhor, de uma dinastia de cães. Rafael Libman diz que a história começa na primeira Guerra Mundial, em Paris. Sob os escombros de um canil, o cabo Lee Duncan encontrou uma cadela com cinco filhotes e levou dois deles para os EUA. Nannette morreu no navio, mas Rin Tin-Tin resistiu à viagem.
O soldado Duncan treinou Rinty para se tornar um atleta, mas suas habilidades chamaram a atenção da Warner Brothers, um dos maiores estúdios de Hollywood. O cachorro se tornou uma estrela de cinema na década de 1920 e seu salário semanal era de US$ 1 mil, quatro vezes o de um ator, além de ter participado de mais de 30 filmes, chegando a ser eleito o melhor “ator” em 1927, bem perto de levar o Oscar para o seu canil. O primeiro Rin Tin Tin morreu em 1932, com 14 anos. Mas seus filhos, netos e bisnetos – entre eles, Rinty IV, que estrelou o seriado – levaram o legado familiar adiante, com direito até a uma estrela na Calçada da Fama.
A série foi eleita uma das melhores do ano pelo jornal “The New York Times”. Rafael Libman diz que a relação entre os atores levou as pessoas a criarem um novo hábito: foi graças ao cachorro que os pais de pets começaram a tratar seus bichinhos como filhos.