A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, deflagaram nesta quinta-feira (09) a segunda fase da operação Kryptos, que visou o esquema de pirâmide financeira de bitcoin (BTC) liderada por Glaidson Acácio dos Santos, preso durante uma força-tarefa na primeira etapa em 25 de agosto. Hoje, a polícia cumpre dois mandados de prisão preventiva e outros dois de busca e apreensão contra associados à fraude.
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A operação Kryptos alega que o esquema ilegal liderado por Glaidson teria movimentado R$ 38 bilhões desde 2016 através da suposta empresa de investimentos GAS Consultoria Bitcoin, sediada em Cabo Frio. A segunda fase deflagrada hoje, batizada de Kryptos 2, busca João Marcus Pinheiro Dumas Viana e Michael de Souza Magno, ambos ligados ao esquema e a Glaidson.
Enquanto uma das equipes realizou a busca em Cabo Frio, outra foi enviada para a Península, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo os investigadores, eles seriam os operadores financeiros do chefe da quadrilha. Michael sugeriu que Glaidson deixasse o país o mais rápido possível, conforme revelou uma escuta telefônica autorizada pela justiça.
Durante esta manhã, uma das equipes vasculhou um apartamento no Edifício Mandarim, um condomínio na Barra da Tijuca. Lá, a PF encontrou apenas documentos e até o momento nenhum dos dois investigados foi preso.
Glaidson prometia investimentos em bitcoin
Glaidson foi preso em 25 de agosto. A primeira fase da operação Kryptos o localizou em sua casa de luxo, em outro condomínio na Barra da Tijuca. Na ocasião, a PF também apreenderam mais de R$ 15 milhões em dinheiro vivo na mansão do criminoso. Além disso, também foram confiscados 591 bitcoins, que equivalem a cerca de R$ 150 milhões, e 21 carros de luxo.
As investigações apontam que ele era o chefe do esquema de pirâmide financeira que operou durante seis anos, desde 2016, movimentando cerca de R$ 38 bilhões neste período. Sua empresa, GAS Consultoria Bitcoin, oferecia lucros mensais de 10% a 15% ao supostamente alocar as aplicações de seus clientes na criptomoeda.
Contudo, a Polícia Federal descobriu que o dinheiro nem sequer chegava a ser investido em bitcoin, mas sua maior parte era embolsado pela empresa e direcionado para contas pessoais dos envolvidos. A PF aponta que há suspeita de crimes contra o sistema financeiro, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Receita Federal afirmou em comunicado que “em um mercado volátil como o de bitcoin, uma promessa de rentabilidade fixa não é sustentável”.
“Se para todos os clientes houver promessa de rendimentos fixos, há uma pirâmide financeira em operação, cujo lucro virá dos aportes dos novos clientes, e não da própria natureza lucrativa das operações… Isso implica a necessidade de se expandir o esquema, encontrando novos clientes para pagar a rentabilidade aos antigos. Caso contrário, o sistema colapsa”
Afirmou a Receita Federal em comunicado
PF busca membros foragidos da quadrilha
O Ministério da Justiça ainda revelou que Glaidson investiu R$ 1,2 bilhões em criptomoedas que foram destinadas para contas próprias e para sua mulher e sócia Mirelis Zerpa, atualmente foragida. O dinheiro teria sido repassado também para outras quatro pessoas, incluindo Tunay Pereira Lima, apontado como um dos chefes da quadrilha.
Com informações: G1
PF deflagra nova operação contra pirâmide de bitcoin de Cabo Frio